Pular para o conteúdo principal

Não me chamem para ir a casamentos



Por Marcelo Pereira

Não gosto de assistir a casamentos. Não gosto mesmo. O único casamento que eu gostaria mesmo de ir é o meu.

Na verdade não gosto de casamentos por três principais motivos. O primeiro é que é menos uma gata disponível no mercado da vida afetiva. Oportunidade para o idiota-vestido-de-pinguim rir da cara dos outros homens: "Babacas, me dei bem, estou com a maior gata". Pena que ele se arrependerá disto pouco depois.

O segundo é a impressão que tenho que o noivo, aquele idiota com roupa de pinguim, é sempre melhor do que eu. O babaca ou satisfez direitinho as exigências da sanguessuga ou teve sorte. Como não fui incluído em quaisquer dos casos, não gosto, não vou e ponto final.

Terceiro motivo é que tenho a certeza que pelo menos 80% dos casamentos de cada ano são uma fraude. Não é por amor. Se fosse só por amor, ninguém casaria, apenas namorava eternamente. A segurança de uma certidão é a prova de que existem interesses por trás e que uma boa trepada tem um preço a ser pago. Quer beijim? Antes meu dindim!

Prefiro ir a enterros. São mais animados. Ainda mais que, mesmo sendo ateu, sei que existe vida pós morte e que a despedida pode ser momentânea. O sentimento de amor nunca separa quem se gosta de verdade. Separa apenas os interesseiros, que depois de falecerem, vão cada um para o seu canto, quietinho, virado para a parede.

Casamentos não. Além disso são chatos pra cacete, cheio de rituais, danças tolas mensagens de "amor" da boca para fora e outras tolices do gênero. Sem falar daqueles videoclipes cafonas de tão mal feitos. Vídeo, no meu casamento, só se eu for o diretor e editor.

Portanto, não vou ver casamento de príncipe algum e nem de plebeu qualquer.

Mas aproveito para desejar meus sinceros votos a ele e a todos os homens que se casam: SE VIREM!!!

Ué, não é isso que me dizem quando eu peço ajuda para a realização afetiva?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quem é o sapo? Quem é o príncipe?

Por Marcelo Pereira Uma bela garota culta e de bom gosto vai a uma festa e encontra um homem branco, alto, atlético como os jogadores de vôlei, e com voz grossa e jeito extrovertido. - Nossa, que homem maravilhoso!!! Um verdadeiro príncipe. Quero me casar com ele! -  diz a bela garota. Os dois finalmente se casam numa linda festa. Chega a noite de núpcias e no dia seguinte, quando a garota acorda, próximo ao meio dia, nota sua cama vazia. Ao chegar na sala, depara com um um medonho sapo gigante e gordo, o mais feio de todos e muito gosmento, sentado no sofá com uma lata de cerveja vazia assistindo a um jogo de futebol na televisão e gritando, entre arrotos: - Mulé (blurp!)! Traga outra cerva (blurp!)! E rápido, sua vaca!!!   (blurp!) Enquanto isso, longe dali, um simpático sapinho, com uma bela coroa de ouro na cabeça chora em cima de uma  vitória-régia  de um brejo cercado por várias sapas gosmentas que coaxam sucessos do popularesco, irritando os ouvidos do pobre coitado. E todos viv

Bola Quadrada

Mais chato do que um jogo de futebol, onde sou obrigado a aguentar um monte de desocupados correndo pra lá e pra cá com uma bolinha e em alguns momentos ouvir muita gente berrando feito alce no cio, s o mente os programas de debate esportivo. Neste tipo de programa, personalidades igualmente desocupadas e sem ter assunto para falar ficam tentando descobrir o sexo da bola, em conversas pseudo-intelectualizadas na tentativa vã de encontrar algo que justificasse a importância do futebol para o brasileiro. Chatoooo... Aí imaginei um programa de debate esportivo onde todos os participantes, sem exceção, detestam futebol. Obrigados pela emissora a apresentar um "programa de índio" como esse, claro que não iam seguir o roteiro e romperiam com qualquer tipo de zona de conforto para ter que fugir daquilo que eles mais detestam e por isso mesmo, não entendem. Com vocês, o Bola Quadrada, o primeiro programa de debates sobre futebol, entre caras que detestam futebol. " Apresentador

Respeito às diferenças

Por Marcelo Pereira Dois amigos conversam. - Olá amigo! - Olá! - Que bom dois amigos se darem bem nos dias de hoje, sabe como é. A maioria se odeia, vive brigando por qualquer motivo. - É verdade, por uma divergenciazinha, já querem até se matar. - Mas eu fico feliz com a nossa amizade. - Eu também. Respeitamos as nossas diferenças e por isso nos damos bem. - Não somos obrigados a concordar com tudo. - Claro e para comemorar a nossa amizade respeitosa, vou convidar você para assistir ao jogo de meu time de futebol no final de semana. - Pena, mas não vou. - Não vai porque não pode? Tem algum compromisso? - Não amigo. É que eu... humm... eu não sou muito ligado em futebol. - Como é que é? Você não gosta de futebol. - É... eu não curto futebol. - Você deve estar brincando. Brasileiros gostam de futebol. Você  não é brasileiro? - Sou, mas prefiro outras coisas. Outros esportes. Tênis, surfe... - Não é possível. Um brasileiro não gostar de futebol... - Mas eu não sou obrigado a gostar de fu