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Mostrando postagens de 2012

Conto de Natal

Por Marcelo Pereira Tibúrcio odiava o Natal. Achava uma tolice toda a mitologia em torno do evento e detestava principalmente o Papai Noel. Achava ridículo um velho gordo (nas palavras de Tibúrcio) estar usando uma roupa calorenta em pleno verão brasileiro. Do Natal só gostava da ceia, já que era a oportunidade de comer pratos diferentes dos comidos no resto do ano. Durante o amigo oculto (ou secreto , para os baianos), ocorrido no início do mês, a repartição onde Tibúrcio trabalhava, sorteou um dos funcionários para que fizesse o papel do Papai Noel numa das filiais da empresa. E sabe quem foi sorteado? Ninguém além de Tibúrcio. Claro que Tibúrcio detestou. Mas o seu chefe disse que o sorteio era crucial e quem fosse o escolhido não poderia recusar a função. Mesmo contrariado, lá foi Tibúrcio "carregar a sua cruz". De início, Tibúrcio demonstrava mau jeito no trato de sua função. Mas aos poucos foi sendo seduzido, não pela magia do Natal, que ele não acreditava, mas pelo ca

Futebol

Por Marcelo Pereira   Otávio era um brasileiro típico. Fanático doente por futebol, não trocava seu esporte favorito por nada neste mundo. Advogado formado, interessado em se tornar juiz e melhorar de vida, ganhou uma bolsa para um curso no exterior que iria lhe dar a qualificação necessária para prestar um concurso para se tornar um juiz. O curso era em um país bem distante cujo nome não consigo me lembrar. Só que para a infelicidade de Otávio, todos no país desprezavam o futebol, esporte desconhecido no país que o acolheu. Surpreso, Otávio tentou de todas as formas converter a população à "religião da bola", sempre sem sucesso. Criou um blogue sobre futebol, em idioma local, que era solenemente ignorado pela população. Seus colegas de curso riam do fato dele dar uma séria importância a uma simples entrada de uma bola em uma rede. Otávio pendurava símbolos de seu time e da "seleção" nos lugares por onde ficava. Apesar de heterossexual (e casado, deixando família n

Fim de mundo

Por Marcelo Pereira Dia 22 de Dezembro de 2012. Acordo de repente no meio de escombros. De início, não entendi o que aconteceu. A medida que retomo os sentidos, vou entendendo aos poucos. A profecia do Povo Maia foi cumprida. Não foi o mundo que acabou. O planeta continua de pé. A humanidade é que em sua maioria, foi aniquilada. Estou aqui somente, eu, algumas baratas e aquele ser estranho conhecido como "Urso d'água", um bicho esquisito com corpo peludo, porte de urso em dimensão microscopia, só que com três pares de membro feito inseto e uma "câmera" no lugar da cabeça. Esta aberração recém descoberta é considerada o ser mais resistente do mundo. Por isso está aqui. Vejo ruínas ao meu redor. Não que eu fosse o único ser humano que tenha sobrevivido. mas na minha cidade sim. Não sei dizer porque fui poupado da morte. Talvez eu seja útil para a reconstrução do mundo, sei lá. Talvez seja punido por viver em um lugar tão sem infra-estrutura.  Ando ao redor e vejo

A Solidão não é tão ruim assim

Por Marcelo Pereira Vivemos em um tempo muito difícil. Além da correria para correr atrás do pão de cada dia, ainda vemos muitas injustiças e muitas exigências feitas muitas vezes sem necessidade. Essas coisas acabam por deixar as pessoas cada vez mais insensíveis, se tornando e fazendo outras pessoas infelizes em relação ao amor, sobretudo se fizeram escolhas erradas para uma vida a dois. Sabem de uma coisa? A Solidão não é tão ruim assim. Como ela já é minha amiga íntima de longas estradas e minha companheira mais fiel, vou me referir a ela usando letra maiúscula. Claro que eu preferia viver acompanhado, ainda mais num mundo que considera a vida a dois como sinônimo de felicidade (o que é um erro, comprovado por muitos casais infelizes) e que cultua o sexo o tempo todo. Mas as exigências abusivas que o sistema social me faz, os equivocados métodos de conquista, o excesso de mulheres comprometidas e o aparecimento de pretendentes indesejadas, acabam criando uma

O poder da palavra "Não"

Por Marcelo Pereira Místicos e neurolinguistas (que na verdade são um tipo de místicos) detestam a palavra não . São capazes de escrever livros sem usar a tal palavra. Otimistas, acreditam que o não (olha eu usando a palavra!) uso dessa palavra atrai energia positiva. Bobagem. palavras não geram energias. Na verdade o não nos educa bastante. Ouvir "não" pode até ser desagradável mas não mata. Gera alguns danos, verdade, mas é a palavra que mais ouvimos na vida. Eu mesmo ouvi muito mais "nãos" do que "sims". Já ouvi inclusive "Sims" negativos, que matematicamente falando, são na verdade "nãos" ditos de outra forma. O que é um "sim" negativo? Sabe quando você se dá bem naquilo que não se quer se dar bem? A conquista de uma garota que a gente não gosta, um emprego que nada tem ver com nossa capacidade, um prêmio inútil, são alguns exemplos de "Sims" negativos. É aquele sim que você não queria ouvir, preferind

Estou chegando! Estou chegando!

Aguardem que lá vem historinha...

É duro estar apaixonado

Por Marcelo Pereira Ontem meu irmão me disse que viu a minha paixão de adolescência - e que nunca consegui conquistar, embora tenha tentado - a Senhora A., em um evento sobre Educação no Campo de São Bento, na cidade onde eu moro, Niterói. Ainda bem que eu não a vi - eu também estava lá, só que meio longe de onde ela se encontrava - ela estava cuidando de crianças, pois é pedagoga - o que não piorou as coisas. Até porque segundo meu irmão, a dita cuja estava deslumbrante, mais linda e mais gostosa. Raios! Ele me falou que ela estava com uma dessas alianças alternativas que as mulheres de hoje usam para dizerem que estão comprometidas. Sinceramente existem homens que nascem para serem felizes, mesmo que não mereçam. Enquanto isso, muita gente que merece ser feliz vive em prantos, ouvindo músicas tristes com um pote de doce de leite numa mão e uma colher grande na outra. Como eu disse, ainda bem que não a vi. Meu irmão, apesar de também ter conhecido ela na adolescência,

Pausa para reciclagem de ideias

Por motivos pessoais, este e os blogues associados vão dar uma pausa de alguns meses, com retorno sem data prevista. Aproveitaremos para reciclar nossas ideias. Caso haja necessidade, podermos postar em alguns dias, se houver assunto. Desculpem o transtorno e continuem nos prestigiando. Até breve!

Deusa da perfeição

Por Marcelo Pereira Há meses a minha musa favorita Dakota Fanning havia chegado aos 18 anos. Fiz questão de comemorar, pois não é fácil encontrar uma mulher que reúne muitas qualidades juntas de uma só vez. Mas neste final de semana é que realmente ocorreu oficialmente o "ritual" de passagem de menina para mulher para a belíssima atriz. No evento de lançamento do filme que protagoniza, Now is Good, em Londres, Inglaterra, onde foram filmadas as cenas do mesmo filme, Fanning apareceu em um belo vestido que destacava as surpreendentes curvas, com medidas perfeitamente equilibradas, como não é comum de se ver. Foi a consagração definitiva de Dakota Fanning como símbolo sexual e namoradinha do mundo. Essa aparição me deu a oportunidade de perceber que se eu fosse casado com Fanning, seria bem fiel, pois praticamente ignorei muitas musas que apareceram na mesma data em sites, por causa de outros eventos. Dakota literalmente aniquilou a concorrência que tinha musas do

Valeu a pena voltar?

O Brasil está totalmente decadente. Não importa onde se more que sempre a maioria da população será de pessoas de baixo discernimento, reféns das regras sociais e indispostas a se evoluírem intelectualmente. E me baseando nisso, a pergunta que não quer calar: valeu a pena voltar? Hoje completam 4 anos de meu retorno a Niterói, cidade onde passei parte da infância e toda a minha adolescência. Não se responder a essa pergunta. A Niterói que eu estava ansioso para voltar a morar não era bem essa Niterói de hoje. Pelo jeito só sobrou ruínas da cidade onde fui criado. Não consegui retomar a maior parte das coisas boas da Niterói que deixei em 1990 e ainda perdi o que havia de bom em Salvador, mantendo os mesmos problemas que tinha e via quando vivia na capital baiana. Houve avanços sim no meu retorno a Niterói em 2008. Mas os motivos que me fizeram voltar para cá não foram alcançados. Claro que quem vive no sudeste está menos isolado culturalmente. É aqui que as coisas aconte