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Mostrando postagens de março, 2018

Pós-Golpe

Por Marcelo Pereira Um enorme deserto se estende diante de nossos olhos. Poucas pessoas habitam. Um lugar que em outros tempos era um grande país se tornou um imenso território silencioso e sem estrutura. O clima é árido. Os poucos habitantes conversam: - Que burrada nós fizemos. - Qual burrada? - Destruímos um país inteiro, em nome do patriotismo em que acreditávamos. Em nome da moralidade, dos bons costumes e do combate à corrupção arrasamos tudo. - É verdade. Era um país próspero. Mas a TV e o jornais nos enganaram dizendo que era o que tinha que ser feito para prosperar o país. - O desemprego grou miséria e violência. Multidões imensas morreram ou por doenças, ou por assassinatos, ou por fome e frio. Sem dinheiro, comida e casa, não houve quem sobrevivesse. - Achávamos que aconteceria o oposto.  - É. Principalmente agora que descobrimos, tarde demais, que o que chamávamos de "vilão" era o  verdadeiro herói que salvaria o país. - Verdade. Não gostávamos dele porque ele era

Vida e como vivê-la

Por Marcelo Pereira Vida. Bom, esta é a vida. Cá estou eu diante de um bolo bem delicioso em cima de uma pequena mesa, completando mais um ano de vida. ninguém aqui além de mim. Só eu, o bolo e as minhas lembranças. E mais nada.  Eu aqui diante deste bolo pensando como cheguei até aqui. Fico pensando porque quando eu nasci, a primeira coisa que eu fiz foi chorar. Só agora na plenitude da vida adulta consegui entender o porquê. Chorei porque sabia o que me esperava. Vida. Cá estou eu sentando olhando para este delicioso bolo. Ninguém aqui antes de mim. Só eu, um tolo a conversar com um bolo sobre a minha vida. Que vida eu tive? Que vida eu terei? Valeu a pena chegar até aqui? Não sei como responder. Quanto mais eu pergunto, mais perguntas aparecem. Vida, afial o que é a vida? Nem vou tentar descobrir, com medo de ser soterrado por uma avalanche de perguntas irrespondíveis. Mais um ano se completa. Mas não estou feliz. Nem triste. Estou apreensivo. Cada aniversário se transforma na expec

Piadinha Administrativa

Por Marcelo Pereira Essa piadinha mostra o que um administrador NÃO deve fazer: Um diretor recebe em sua mesa uma pilha com 500 currículos. Ao vê-los, liga para a sua secretária: - Quero que você pegue essa pilha, separe os 30 primeiros e descarte o resto na máquina de picar papel. - Mas senhor, não pode fazer isso. De repente entre os outros é que pode estar o candidato ideal. - Nada disso. Faça o que eu disse. Não preciso de candidato sem sorte . Diretor burro.

Não Necessário

Por Marcelo Pereira Vivo nesse dilema, Num imenso problema, Que parece não ter fim. É que eu não sou procurado. E não sou desejado. Nenhuma dama está a fim. Estes malditos conceitos, Cheios de preconceito, Que a sociedade adotou. Rido, forte, extrovertido, Critérios para ser querido, Condições em que eu não estou. Hoje, o "amor" é rigoroso, egoísta e ganancioso, Como assim, não deveria. Os apaixonados estão solitários, Neste mundo de otários, Em perfeita monotonia. Espero um dia uma amada, Com o coração de uma fada, Que me aceite como eu sou. Baixo, fraco e reservado. Assim serei eu amado. E direi "quão feliz eu sou. (Escrito em 31/03/1994 numa terça, às 21h 18min em casa no bairro do Resgate, Salvador/BA)