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Mostrando postagens de 2018

Pausa para estudos e reciclagem de ideias

Hoje, os blogues do Consórcio Bela Vista entram em uma pausa para que eu possa reorganizar a minha vida, dedicar aos estudos e reciclar as ideias, possivelmente pensando sobre as características e a função destes blogues. Agradeço a paciência e aguardem a volta em tempo relativamente breve. Um abraço!

Pense Bem

Por Marcelo Pereira Pense bem no que você está fazendo Em nome de um ódio bobo você poderá arruinar vidas de multidões Muito sangue suor e lágrimas poderão derramar por sua causa Um país no caminho da prosperidade entrará numa gigantesca crise sem fim Empresas com futuro promissor fecharão as portas Ruas se encherão de moradores sem casas Cemitérios não terão espaço para os muitos que perderão a vida sobre os mais variados motivos Incluindo os seus mais próximos Aqueles que você, meu caro, julgava imunes ao desastre vindouro Pense bem no que você está fazendo Um desastre sem fim poderá inciar por sua causa Aperte o botão errado e tudo explodirá Muita gente sábia está lhe avisando sobre  o que irá acontecer Mas você, teimosamente fecha seus ouvidos Privado da racionalidade, acredita ser mais inteligente que os inteligentes Inteligentes que você chama de burros Justamente por tentar te avisar sobre o perigo vindouro, consequência de seu ato inconsequente Pense bem no que você está fazend

... E eu nem a conhecia...

Por Marcelo Pereira Foi numa tarde chuvosa Numa fila vagarosa De repente notei E nem acreditei Uma donzela tão bela Poucas são como aquela Me olhava atentamente Sorrindo docemente. Era como as deusas do clássico cinema De uma beleza tão serena Tinha a pela tão clara Parte de sua beleza rara Junto com seu cabelo escuro E seu olhar, meigo e tão puro Num rostinho delicado Por esta dama eu fui notado! Que sua beleza fascinante Que me encantou em um instante Não possa ser rompida Por machões de mente corrompida, Inimigos da legitima beleza. Mas que eu, com certeza Possa me reencontrar com esta fada Para que ela possa ser minha amada! ---------------------------------------------- OBS: (Inspirado em uma linda garota que sorriu empolgada ao me ver em uma fila de supermercado no centro de Salvador) Composto em 01/07/1994, ás 22 horas, em minha então casa, no Resgate, em Salvador/BA.

Ela falou

Por Marcelo Pereira Ela falou que Arqueologia é interessante para entender os dinossauros Ela falou que a aula de Matemática estava chata Ela falou que gostou de cantar na aula de música Ela falou que gostou de pular de corda Ela falou que o professor de Física havia faltado Ela falou que um cara que fazia exercícios na casa vizinha a escola era atraente Ela falou, chorando sobre o assalto que sofreu Ela falou para os bullies não incomodarem o aluno fracote da turma Ela falou que gostava da Rita Lee porque era magra como ela Ela falou que era boa no jogo de vôlei Ela falou que gostou de saber que a achava a mais bela da turma Ela falou que o palestrante que esteve no ginásio da escola era competente Ela falou que dá para fazer sachês com pequenos sabonetes Ela falou que me achava muito lindo Ela falou que gostava da Legião Urbana e dos Titãs Ela falou que sempre ia as festas aos sábados Ela falou que o namorado dela tinha uma grande motocicleta Ela falou que experimentou cigarro Ela fa

A Voz da Razão

Por Marcelo Pereira Fale, Mova-se Prossiga com seu discurso e seduza; É bom para você Uma multidão do seu lado E os meus sonhos do meu: Sonhos que você quer tomar para si. Tudo é fácil para você Basta mexer a sua boca E usar a sua força E tudo fluirá Como um elefante que sabe que as formigas não tem chance Nem vantagem. Você é o Rei do Nada Mas consegue tudo Com sua voz, sua força, Uma multidão do seu lado E os meus sonhos do meu: Sonhos que não vão morrer. Sonhos que não serão seus. --------------------------------- Composto durante a aula de Teoria Literária em 04/09/1997, na sala 103 do Pavilhão de Aulas da Federação II, em Ondina, Salvador, Bahia.

O Sambista Ateu

Por Marcelo Pereira Eu estava ouvindo um programa que só toca samba e notei que quase todos tocam no tema da religião. Por isso que nunca ouvi falar de um sambista gospel: não precisa, os sambas já servem como música gospel. Pois é Deus pra lá, Deus pra cá, Deus isso, Deus aquilo, Deus quiser, Deus não quiser, meu Deus, meu Deus, meu Deus, etc.. Deus é presença garantida em muitas letras de samba. Imaginei a possibilidade de haver um sambista ateu, que não esteja interessado em se ajoelhar diante de um Gigante Invisível que ninguém teve a ousadia de comprovar a sua existência. O nome do sambista seria Teteuzinho (diminuitivo de ateu) do Samba.  Descontente com a miséria crônica da favela onde mora e consciente da desonestidade das igrejas que se instalam em bairros pobres para se a aproveitar da carência da população e exercer poder sobre ela, Teteuzinho declara guerra às religiões e lança seu único e exclusivo samba ateu. Consegui uma de suas composições, que ele escreveu junto com se

Cariocas e Baianos

Por Marcelo Pereira Uma pessoa de uma localidade qualquer encontra um carioca: - Olá, amigo. - Olá! Você gosta de futebol? - diz o carioca. - Não, eu não curto muito. Prefiro me divertir de outra forma. - Ah, você não gosta de nada! Suma da minha frente! - grita o carioca, irritado. A mesma pessoa de uma localidade qualquer encontra com um baiano: - Olá amigo. - Olá! Você gosta de futebol? - diz o baiano. - Não, eu não curto muito. Prefiro me divertir de outra forma. - Tudo bem. Mas do que você gosta? Você me parece uma pessoa legal. Quero ser seu amigo. Qual destas representa realmente a verdadeira amizade?

Combatendo a corrupção

Por Marcelo Pereira Dois sujeitos estão em uma casa. Um deles é o dono, o outro, seu amigo, que estava lhe visitando. Era final de tarde. O  amigo comenta com o dono da casa. - Ei, parece que passou um pernilongo perto de mim.  - Ih, temos que matá-lo. Ele pode transmitir doenças graves. Pegue o inseticida. O amigo tasca inseticida. Mas não adianta. O pernilongo continua vivo. Parece que criou resistência a inseticidas. Os dois decidem pedir ajuda. O dono e seu amigo batem a casa de um militar aposentado, o General Granola. Perguntam ao general se ele poderia dar uma sugestão de como matar o pernilongo. - Espere um momento. - diz o general. Minutos depois, um monte de tratores e pessoas carregando explosivos decidem ir a casa onde estavam os dois amigos e pouco depois demolem a casa, que vira pó imediatamente. - Mas o que é isso? Minha casa foi totalmente demolida! Onde vou morar? - pergunta o dono. - Não sei, mas que o pernilongo morreu, morreu. - fala friamente o general. Já entender

"Deus dá asas para quem não sabe voar"

Por Marcelo Pereira Todo mundo conhece o ditado citado no título. O significado deste provérbio é que normalmente as pessoas que tem mais sorte, as que recebem os maiores benefícios, são justamente aquelas que não tem as condições de aproveitá-las, normalmente desperdiçando o privilégio que possuem.  Sortudos são como aquelas crianças que esperneiam escandalosamente nas lojas de brinquedos atrás daqueles brinquedos caríssimos, mas quando finalmente conseguem, largam em um canto e não brincam mais, enquanto outras crianças continuam desejando os mesmos brinquedos, mas com muito mais vocação para utilizá-los melhor. Na vida afetiva isso é muito frequente. No mundo competitivo em que vivemos, onde vemos injustiças para todo o lado, seria incoerente que a vida afetiva ficasse de fora. Há também muita injustiça na formação de casais. O pior: com a desvantagem de que a etiqueta social não permite que negociemos trocas de mulheres com outros homens, sobretudo desconhecidos. Quem casou, casou

Outros erram, eu pago

Por Marcelo Pereira Eu respeito as mulheres. Mas parece que elas não sabem disso. Ou se sabem acham que os machistas não devem pagar pelos seus erros. Os não-machistas pagam. Nunca vi machista chorar no canto por não conseguir conquistar uma mulher. Aliás, não conheço machista solitário. Muitos até se casam. Eu fico pasmo diante desse absurdo. Eu pagar pelos serros dos machistas. Eu? Porque eu? Porque tanta dificuldade para conquistar uma alma feminina sendo um homem tao compreensível e ansioso por ter um relacionamento romântico e respeitoso? Surreal essa das mulheres quererem homens durões ao mesmo tempo que odeiam o que estes são capazes de fazer. Ouvi varias vezes que as mulheres preferem os maus. Estranho. Quem é mau faz maldade. Não dá para esperar de trogloditas o cavalheirismo de um lorde. Essa onda de assédio machista está alertando as mulheres para o perigo dos homens maus. Mas tem servido para separar os sexos. Os homens que discordam dos abusos contra as mulheres curiosamen

Finalmente

Por Marcelo Pereira Ela veio, finalmente E estava linda como sempre Ou talvez mais... Com seu olhar maroto Em seu rostinho risonho Enfim, ela apareceu Quanta saudade Em sua ausência, que Quando senti a sua presença Meu coração pulou de alegria Pulou tanto, que pude sentir... A minha amada perto de mim A mais linda de todas Voltou, para poder tornar A minha vida mais feliz Ela devolveu a esperança E a confiança que depositei... A confiança no amor Espero um dia conquistá-la Para retribuir a felicidade Da mais bela maneira Poesia, Amor, Graciosidade O símbolo mais puro do amor Resolveu chegar para ficar... Para sempre ------------------------------------------------------------------------- Poema composto em 17/9/1997, em uma sala do PAF I, durante a aula de Lingua Portuguesa (I). Foi i nspirado em uma colega de turma, uma belíssima chilena, brasileira naturalizada, de nome Paola.

Afeto? Só em outra dimensão!

Por Marcelo Pereira Toda vez que eu vou ler alguma coisa sobre vida afetiva, conquistas e qualquer coisa a respeito, tenho a impressão de que vivo em uma outra dimensão, em um universo paralelo. Tudo o que quase todo mundo diz eu não consigo perceber em meu cotidiano. E o pior: o mundo relatado por eles é bem otimista, no ponto de vista masculino. Pelo que os outros contam, a vida afetiva perece bem mais fácil do que se imagina. Mulheres solteiras e grande quantidade, mais fáceis de conquistar, não-interesseiras, a procura de homens amorosos, sinceros e legais, que detestam os homens comuns, etc.. Enfim, tudo o oposto do que eu vejo na prática. Mulheres esnobes, mulheres comprometidas, todas bem indispostas a paquerar, assumindo um comportamento apático, como se não quisessem nada ou tivessem conseguido o que queriam. Ao tentar tomar a iniciativa, parece que pioro as coisas, mesmo que eu siga todas as regras de conquista que as rígidas regras de convívio social impõem. Quando vou procu

Copa de futebol, evento social

Por Marcelo Pereira Goste ou não de futebol, vamos reconhecer: o que atrai multidões para o futebol não é o futebol, mas a capacidade incrível de agregação social que ele tem.  Futebol une pessoas de diversas mentalidades porque foi consagrado como uma obrigação social. É como o Natal ou o ano novo em que goste ou não, você é intimado a estar envolvido. Os que se recusam tem que se isolar, comendo a poeira da solidão. É óbvio, embora ninguém tenha a coragem de afirmar isso, que o futebol em si não tem características capazes de atrair multidões. Foi preciso criar "enxertos" no futebol para que ele pudesse atrair quase uma população inteira de um gigantesco país.  O futebol é como uma amendoeira, uma árvore comum, de aparência insossa, nunca admirada pelas pessoas - embora seja uma excelente sombra para descanso. Você não acha uma amendoeira bonita. Mas decore-a com luzes, fitas coloridas, decorações natalinas e de repente ela se torna bonita. Você passa a admirar a amendoeira

O Melhor do mundo no Futebol

Por Marcelo Pereira Era uma vez um país jovem, grande em tamanho, pequeno em auto-estima. Que tinha o sonho de ser o melhor do mundo no futebol. Com problemas insolúveis, lideranças gananciosas, nunca ia para cima. Mas o seu sonho era apenas ser o melhor do mundo no futebol. Um país sem soberania, sem dignidade e reles exportador de matéria-prima. Mas só queremos mesmo que o país seja o melhor do mundo no futebol. Povo miserável, sem direitos, submisso a um sistema que desanima. Mas tudo que queremos é ver o Brasil sendo o melhor do mundo no futebol. As lideranças roubam, mentem, oprimem e a lei legitima. Mas nossa única preocupação é ver o Brasil sendo o melhor do mundo no futebol. Não temos dinheiro, acabou emprego, não há casa, comida, nada que anima. O que queremos mesmo é ver o nosso país sendo o melhor do mundo no futebol. Todas as dificuldades cotidiana, cada vez mais difíceis, cada uma delas aos poucos nos dizima. E tudo que queremos é ver a nossa equipe ser a melhor do mundo n

Confiança, um artigo de luxo?

Por Marcelo Pereira Conquistar a confiança alheia é uma tarefa muito difícil para qualquer pessoa. Mais difícil ainda para aqueles que, como eu, possuem ideias, gostos e costumes que diferem da maioria, frustrando expectativas e causando uma desconfortante expectativa. Infelizmente, em nossa sociedade, existem parâmetros de comportamento para definir se alguém é agradável ou não. E nem sempre se refere a realidade, pois só são parâmetros. Muitas vezes as aparências enganam e enquanto aquele cara legal é recusado por não atender as expectativas, outro, de qualidade de personalidade bem duvidosa é aceito numa boa, pois agiu como o esperado. O que me fez escrever essa postagem é uma coleção de momentos desagradáveis que passei em redes sociais, sendo expulso de algumas comunidades sem fazer nada de ilícito ou prejudicial e recusado por conhecidos em redes sociais, gente que eu achava que poderia ter algum afeto a minha pessoa. Isso tudo sem fazer qualquer coisa de desagradável. O curioso

Gentle Giant

Por Marcelo Pereira Eu sempre achei que a beleza masculina não se referia ao rosto. Mulheres costumam ser mais pragmáticas na escolha de seus pretendentes e elas sabem muito bem que beleza não põe mesa, mas proteção e sustento fazem um belo de um mesão.  Gostaria de entender a preferência das mulheres por homens altos. Estranho que esta preferência vem de mulheres bem baixinhas, várias menores que eu, que sonham em abraçar um homem cuja barriga-tanquinho esteja no nível de seus seios. Que vantagem há de namorar homens mais altos? Trocar a lâmpada? Pegar aquele edredom mofado no alto do guarda roupa que só se tira quando faz frio no inverno? Ou simplesmente ser visto no meio de uma vasta multidão para que a namorada baixinha possa berrar "olhem o homem que eu tenho!"? Eu não sou baixinho nem alto. Sou o que as tradições chamavam um dia de "média estatura". Mas com a grande quantidade de novos gigantes chegando ao mercado de namoro, eu nem sei se tenho mesmo a tal &qu

Era uma vez uma nação

Por Marcelo Pereira Era uma vez uma nação De tamanho grande, imensa Com igualmente grande população De tamanho maior do que se pensa Grande em tamanho, pequeno em prestígio Nunca próspero em economia Povo diversificado em silencioso litígio No mundo nunca alcançou a autonomia O povo, coitado, nunca foi bem educado Desestimulado a desenvolver a sua intelectualidade Mas nas futilidades sempre se mostrou deslumbrado Iludido com pomposos supérfluos, é verdade Deslumbrada comum mero lazer Imposto pela coletividade como falso consenso Há a desculpa de que isso traz prazer Mas na verdade ameaça o bom senso Sem motivos reais para se alegrar Aprisionam todos em uma fútil ilusão Ver um amarelado e sua bola a rolar Fugir da realidade que é pura tensão Ainda emersos em doce puerilidade Damos importância a uma brincadeira O futebol, para nós é uma prioridade As coisas sérias, para nós, são tudo besteira Mas triste é ver um povo que pensa desta maneira Ignorar a realidade em troca de uma futilidade

As Gincanas do Colégio Brasil

Por Marcelo Pereira Havia na cidade um colégio chamado Brasil. Era um colégio grande, mas simples e um tanto precário. Faltava até giz para escrever no quadro negro. Ás vezes dias ficavam sem aulas, seja por falta de condições, seja por protesto de professores quanto a situação do colégio.  Professores eram ruins e mal remunerados. As carteiras, sempre com algum rachadura ou parte quebrada. O espaço destinado a colocar os livros nas carteiras eram habitados por insetos nem sempre agradáveis. Havia presença de aranhas venenosas. Felizmente ninguém foi picado por estas até o momento. Mas o incômodo com a presença dos insetos era real e atrapalhava o aprendizado. Faltava água e luz com frequência. Uma vez a porta de uma sala emperrou no final de uma aula e para os alunos saírem, tiveram que quebrar a porta. Havia muitas carteiras abandonadas por falta de uso, por estarem danificadas pela má conservação. O diretor, desanimado com a falta de recursos, demonstrava um comportamento que foi en

De repente o golpe acabou e a democracia se instalou...

Por Marcelo Pereira A copa é realmente uma coisa mágica. De repente o Brasil vira um paraíso, com prosperidade, igualdade social e muita justiça. De uma hora para outra deixamos de ter inimigos, todo mundo é gente boa e somos todos felizes. Finalmente o golpe acabou e instauramos uma democracia socialista no Brasil. Um verdadeiro paraíso. Durante a copa, não há mais direitistas, nem corruptos. Somos todos prósperos e subitamente os ricos ficam com imensa vontade de pegar um helicóptero e jogar uma chuva de dinheiro para toda a população. Passamos a ter simpatia por todos que se encaixam na categoria de "seres humanos". Tudo fica lindo durante a copa. Passamos a nos dar as mãos, principalmente as mãos dos que normalmente costumamos xingar e agredir, seja verbalmente, seja fisicamente. Do nada, inimigos tradicionais passam a ser bonzinhos. Até mesmo aquele locutor chato, que a mídia insiste em escalar para os jogos mais importantes, passa a ser tão agradável quanto um rouxinol

A Prova

Por Marcelo Pereira Aqui estou diante de uma prova. Nem sei se estou preparado para ela. Prova. Humm, será que conseguirei lembrar do conteúdo?  Este nervosismo em relação à prova me agonia. Sim, eu estudei. Como eu estudei! Mas se tudo se apagar? Se eu esquecer tudo?  Ah, eis a prova! Vamos ler as perguntas. Não sei, não sei, não sei... Ah, essa eu sei. Outra? Estou em dúvida! Essa eu chuto!  Lidas as questões... Bom vamos começar a fazer. Letra A, letra E, letra B, letra C, letra...  Bom. Marquei tudo. Vamos ver se acertei. É, gabarito conferido. Deu para passar. Não acertei tudo, mas consegui o suficiente para passar.  Legal. Muito bom! Como a calma se instala de forma prazerosa após um momento de tensão...

Um dia de domingo

Por Marcelo Pereira Hoje é domingo. Tudo fechado, pouca gente nas ruas, pouco transporte. E pior para os solitários, pois a única coisa em abundância no domingo são os "alegres" e "românticos" casais de namorados. É duro de aguentar. Enfim, domingo é o "dia do vazio". Mas tem muita coisa para se fazer no domingo, já que a maioria não trabalha. Olhem só: Atividades divertidas para se fazer num domingo: - Contar grãos de arroz em um saco de 1 kg. - Ver o formato das nuvens e advinhar com o que se parece. - Contar o número de letrinhas em um livro. - Coçar o cabelo para ver se tem caspa ou piolho. - Apertar o interruptor para acender e apagar a luz. - Testar a articulação dos dedos para ver se estão em ordem. - Jogar a cara num prato com bolo e lavar o rosto depois. - Dançar a macarena ao som da gritaria de "Gol!!!" da vizinhança. - Sacudir uma caneta para parecer que ela está "molinha". - Tirar as coisas do lugar, recolocá-las de pois e t

Cinderelo da Várzea

Por Marcelo Pereira Edejair era um jovem rapaz pobre. Filho de semi-indigentes que viviam de bicos, Edejair vivia ajudando o pai nos bicos que apareciam. Não tinha condições de estudar, pois além da falta de tempo e de dinheiro, a escola pública mais próxima ficava muito longe. Mas gostava de jogar bola. Jogava bem. Como não tinha dinheiro nem para comprar uma bola barata, fez uma com um monte de tecidos velhos e jogava com os seus amigos, tão pobres quanto ele. Mas sonhava melhorar de vida e usar a unica coisa que sabia fazer melhor, jogar bola, para isso. Numa noite em que ficou sozinho em casa, pois seus pais tiveram que sair para socorrer um parente doente em uma cidade vizinha, aparece um velho gordo e muito bem vestido com um terno caríssimo. Falava polidamente com uma voz levemente rouca. Edejair ficou atônito.  - Quem é o senhor? O que deseja? - perguntou o jovem. - Sou seu Fado-Padrinho, Rubinaldo de Aguiar. A seu dispor. - Meu Fado-Padrinho? Eu não pedi Fado-Padrinho. - As es

Devoção

Por Marcelo Pereira Várias pessoas se encontram diante de uma reforma inacabada no condomínio onde todos moram. Por causa de um acidente em outra obra, Seu Zé, o mestre-pedreiro responsável pela obra acabou morrendo. Os presentes discutem como a obra deverá ser acabada. Todos são religiosos, exceto um, que é ateu, identificado aqui como "Cláudio". - Pena que Seu Zé morreu. - diz um dos presentes. - Verdade. Logo agora que a obra entra numa fase importante. - diz outra pessoa. - Mas alguém tem que terminar a obra. Quem a concluirá? - diz Cláudio, com maior preocupação. - Ora, quem vai concluir é o Seu Zé. Só ele conhece o projeto. - diz o síndico. - Mas Seu Zé morreu. Como ele fará isto? - diz Cláudio. - Fazendo. Tenha confiança em Seu Zé que ele fará. - diz um simpático senhor. - Seu Zé tem poder. Livre da carne, ganhou asas de anjo e mais poder para tocar a bora. - diz uma dona de casa, com expressão de quem está sonhando. - Mas... mas... - diz Cláudio. - Sim, vamos evocar S

Impedimento 2

Por Marcelo Pereira Era o galinheiro mais próspero do mundo. Depois de anos bem sucedidos sob o comando do galo Sansão, a galinha Valdete seguiu governando o galinheiro com a mesma competência. Os outros galos, galinhas e pintos viviam com relativa prosperidade, que seria plena se os galos estivessem no comando durante mais tempo. As raposas que viviam na área não gostavam nada disso. Lucravam com o mal estar das galinhas e vê-las prósperas e felizes as incomodavam muito. Até porque várias galinhas começaram a invadir os espaços que eram apenas das raposas. As raposas decidiram agir. Como eram donas das rádios comunitárias e tinham representantes no congresso do galinheiro e no judiciário, resolveram inventar que Valdete, que teve que aceitar uma raposa, o Sr. Adamastor, como vice-controlador do galinheiro, praticava atividades ilícitas. As raposas se esforçaram em difamar Valdete em todos os meios, até que ela caísse de vez. Valdete tentou se manter no controle do galinheiro e até ten

Impedimento

Por Marcelo Pereira Um dia qualquer. De repente, um homem zangado bate violentamente à sua porta. Você abre.  O tal homem entra rapidamente na sala e exige que você saia. Ele alega que você não pagou as prestações e o condomínio, estranhamente pagos com pontualidade, e que irá tomar a casa.  Você é obrigado a se mudar. Recolhe as suas casas e põe em um caminhão de mudança improvisado na hora.  O homem muda o documento de posse da casa, que passa a ser dele. As tuas joias e objetos mais caros não vão na mudança. O tal homem as confisca e vende. Manda reformar a casa toda. Você, fora da casa, não tem aonde ir. A casa havia sido reformada por você para que se tornasse confortável e eficiente. Após a outra reforma imposta agora pelo homem invasor, a casa se torna um cortiço em processo de deterioração. Como uma casa prestes a ser demolida. Um senhor amigo que ajudava você a administrar a casa acaba de ser preso. A acusação não tem pé nem cabeça e é comprovada como falsa. Mesmo assim, ele j

Estádio da Federação

Por Marcelo Pereira Cariocas adoram futebol. Mas também gostam de outras cinco coisas: futebol, futebol, futebol, futebol e futebol. Ah, cariocas também gostam de futebol. Ah, mas também tem o futebol, de que os cariocas gostam muito! Quando não estão curtindo futebol, eles passam a curtir... futebol. Eu ia me esquecendo. Cariocas gostam mesmo de futebol! Futebol, futebol, futebol... Quando trabalham, estão pensando no futebol. Quando namoram, estão pensando no futebol. Quando brigam, estão pensando no futebol. Futebol, futebol, futebol... Quando comem, estão pensando no futebol. Quando dormem, estão pensando no futebol. Quando cagam, estão pensando no futebol. Futebol, futebol, futebol... Se o futebol for extinto, cariocas não hesitarão em encerrar as suas vidas por conta própria. Acabou a sua razão de existir. Muitos corpos espalhados pelas ruas da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Cada um com a bandeira do seu time estendida em cima.

Democracia?

Por Marcelo Pereira Etimologicamente a democracia seria o governo do povo. O povo elege alguns caras para representá-los no parlamento e decidir pelas coisas do cotidiano. Mas fico pensando se "demo" não é de "demônio" ao invés de "povo" em grego. Ou colocar "demagogia" no lugar, como nome de regime político. Não sei. Inverter valores virou moda nos últimos anos. Vejam Apolônio Desgaster. Político tradicional do chamado baixo-clero, com quase 60 anos de idade, filho é neto de políticos, demonstra não ser muito bem um homem democrata. Sempre viu na carreira política um emprego e não uma representação cidadã. Aliás, um ótimo emprego, embora grande parte de sua renda vá na verdade aos empresários que ele representa de fato. Está em mais um mandato como deputado federal. Um influente deputado federal. Apolônio é daqueles que acham que povo é somente a elite de grandes empresários e a classe média que o bajula. Entenda por classe média, todos os que n

A Vitória do Ódio contra a Sensatez

Por Marcelo Pereira Eu cresci acreditando que o século XXI seria de grandes transformações humanitárias. Talvez influenciado e iludido pelos filmes e seriados de ficção científica que sempre gostei de assistir. Até  que me vem o golpe de 2016 me arrancar da fantasia e me devolver à realidade de que não evoluímos em nada. Continuamos os mesmos trogloditas medievais. Enganado por uma seita religiosa que me fez acreditar no fim da barbárie humana, eis que ela se apresenta diante de mim, firme, forte e muito mais do que viva. Tá, esta barbárie se tornou um morto-vivo fétido e esclerosado. Mas se mantem de pé, forte e capaz de eliminar de seu caminho todos que a contestam. Nunca fomos tão odiosos quanto nos últimos anos. Nem mesmo a religiosidade, um fracasso de mais de 2000 anos que insiste em se manter de pé, conseguiu eliminar o ódio do coração. Pelo contrário, pois entre os mais religiosos é que encontramos demonstrações do mais sádico ódio.  Pois a consagração deste ódio se deu ontem,

Dia dos Mentirosos

Por Marcelo Pereira Pelo jeito, no dia de hoje, há muito o que "comemorar", já que os desonestos estão ou no poder, ou se dando bem em alguma situação na vida. Triste saber que a mentira ainda é lago muito comum entre as pessoas hoje em dia. Mais triste ainda é saber que está cada vez mais difícil confiar nas pessoas. Os conluios, as traições, o mercenarismo, o vira-casaquismo e a corrupção, estão cada vez mais praticados hoje em dia, já que o ser humano quer lucrar de forma mais fácil possível. A luta pela sobrevivência ganha contornos cada vez mais cruéis. E cada vez mais gente é prejudicada pela "garra" de muitos espertalhões metidos a "batalhadores". Por isso, hoje, dedico esse dia a todos aqueles que (não) se esforçam para vencer na vida de maneira mais mesquinha e relaxada. É um dia vergonhoso para quem gosta de fazer as coisas de maneira correta.

Pós-Golpe

Por Marcelo Pereira Um enorme deserto se estende diante de nossos olhos. Poucas pessoas habitam. Um lugar que em outros tempos era um grande país se tornou um imenso território silencioso e sem estrutura. O clima é árido. Os poucos habitantes conversam: - Que burrada nós fizemos. - Qual burrada? - Destruímos um país inteiro, em nome do patriotismo em que acreditávamos. Em nome da moralidade, dos bons costumes e do combate à corrupção arrasamos tudo. - É verdade. Era um país próspero. Mas a TV e o jornais nos enganaram dizendo que era o que tinha que ser feito para prosperar o país. - O desemprego grou miséria e violência. Multidões imensas morreram ou por doenças, ou por assassinatos, ou por fome e frio. Sem dinheiro, comida e casa, não houve quem sobrevivesse. - Achávamos que aconteceria o oposto.  - É. Principalmente agora que descobrimos, tarde demais, que o que chamávamos de "vilão" era o  verdadeiro herói que salvaria o país. - Verdade. Não gostávamos dele porque ele era