Por Marcelo Pereira
Caro Coxinha
Me entristece saber que ainda existam pessoas como você, que ainda vivem em tempos passados bastante remotos. Incrível ver pessoas incomodadas com os avanços sociais que pretendem ampliar o bem estar essencial a um maior número de pessoas.
Sinto que você está alegre. Já esteve triste, mas hoje está alegre. Alegre, mas não tranquilo. A nossa elite gananciosa e egoísta não consegue viver com tranquilidade. Até porque tranquilidade é um bem inalcançável para quem vive desejando que os outros se ferrem. Se nós aqui embaixo não temos dinheiro e poder, vocês aí de cima não têm tranquilidade e amor.
Você se acha o maioral. Tem diplomas, dinheiro, prestígio e poder. Só por isso você se acha com a razão e sempre quer ficar com a ultima palavra. Mas você, que inventou essa mentira chamada "Meritocracia" se esqueceu de nos mostrar como você adquiriu diplomas, dinheiro, prestígio e poder. Nós aqui em baixo sabemos que existem muitas formas de obter estas coisas. E várias delas não sã nada legítimas.
Caro coxinha, você insiste em dizer que nós aqui embaixo devemos sofrer bastante para sermos "elite" como você, pois essa e a única condição de termos os nosso direitos essenciais e a dignidade. Você, que manda nas leis, estipulou que direitos e dignidade são exclusividade da elite e só a elite pode usufruí-la com decência.
Mas ao mesmo tempo, você se lembrou de criar regras desumanas de mobilização social. Para sermos elites temos que cumprir regras cruéis e exigência supérfluas, só porque você e seus assemelhados não estão dispostos a respeitar a nossa não-adquirida dignidade.
Você, como um bom retrógrado, se lembrou do Darwinismo que você não quer para a sua religião - sim você é religioso, o que prova que religiões não desenvolvem a moral e a bondade - e inventou essa tolice de "Darwinismo Social", conhecida aqui embaixo como a "lei do mais forte". Como trogloditas de colarinho, vocês passam por cima de nós e acham que só sobreviveríamos se aceitarmos e aguentarmos a agressividade imposta a nós. Coisa de animal. Dos menos racionais.
Coxinha, você nem está preocupado como o que um governo golpista poderá fazer como você. Estabilizado na sua fartura, você se considera imune a toda medida dura governamental. Mas cuidado: O golpista também governa para você e os tentáculos das leis retrógradas do governo golpista poderão te alcançar. E lamento de avisar: as chances são grandes.
Mas por enquanto você ri de mim. Está feliz em não repartir o seu supérfluo para que o pessoal daqui de baixo possa ter o necessário. Nossa desgraça é a sua prosperidade.
Mas cuidado. Do jeito que o governo golpista age sem pensar, as consequências de suas decisões poderão ser bem piores do que aparentam, atingindo não somente quem foi contra mas também os que apoiaram o golpe. Para estes, o dano poderá ser ainda maior...
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