Por Marcelo Pereira
Eu odeio o ódio. Eu odeio ter que odiar alguém. Isso não significa que nunca odiei. Significa que não gosto de odiar. Não quero odiar.
O ódio causa dor. O ódio incomoda. O ódio faz sofrer. Ódio nunca é bom.
O ódio desune. O ódio prejudica. O ódio tira os outros do caminho. Com isso, o ódio tira ajuda, tira alegria, tira o amor.
O ódio arrasa. O ódio estraga. O ódio machuca. O ódio mata.
O ódio estraga a nossa visão. Com o ódio não enxergamos o outro, a não ser como obstáculos para que continuemos a exercer nosso ódio.
Ódio, ódio, ódio. Que palavra feia! A carga negativa de sua semântica me incomoda, me preocupa.
O ódio dominando é uma catástrofe. Pensamos sempre e tragédias causadas por chuvas, ventos, tempestades, vulcões furacões... Mas o ódio é capaz de iguais estragos. Ou talvez maiores.
Eu odeio odiar. Não odeio quem odeia. Sei que quem odeia mereceria o amor, se quisesse. Mas o ódio, nocivo em sua natureza. merece ser evitado. Portanto é melhor evitar que odeia. Sem odiá-lo.
Fui vítima de ódio. Várias vezes na vida. Claro. Quem deseja o melhor para a humanidade incomoda quem deseja um mundo só para si.
Mas como vítima de ódio aprendi a não odiar. Continuo odiando o ódio.
O odioso é um egoísta que quer privatizar o amor. Tornar o amor uma exclusividade somente para si. Tornar o amor um bem somente seu. Mas vendendo ou doando o ódio para os outros.
Por isso o odioso sempre odeia. Ele continuará odiando. Mas passará a ser odiado. Pois o ódio dele, prejudica, afasta.
O odioso conhecerá a solidão. Embora companheira de muitos dos que realmente amam, a solidão deveria ser a sina dos odiosos.
Pois o odioso, na ânsia de querer ofender, prejudicar, verá diante de seus olhos, todos se afastarem dele. Ninguém gosta de abrir mão de bens e do amor para satisfazer um odioso.
Eu odeio o ódio. Odeio apenas o ódio. Vou continuar odiando o ódio.
Odiando o ódio, aprendo a amar o amor. Prefiro nunca odiar quem me odeia, para poder um dia ser amado pelo amor.
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