Pular para o conteúdo principal

O galã das mulheres carentes

Por Marcelo Pereira

Estou muito longe do padrão definido como "galã". Sei que o homem não precisa ser bonito para ser considerado galã. Ele tem é que cumprir rigorosamente os requisitos exigidos que o caracterizem como um protetor ou provedor ideal. Tanto é que os maiores galãs brasileiros nem são os homens mais bonitos do país, seduzindo muito mais pela postura firme do que pela beleza.

Eu me considero bonito. Mas não me considero atraente. Minha popularidade entre as mulheres é risível e uma grande maioria das minhas admiradoras, formadas maciçamente por mulheres carentes, não me interessa. Parece que as mulheres só se lembram de mim, quando os outros homens se esquecem delas. Somente poucas realmente atraentes se sentiram atraídas por mim, e isso na minha mais tenra adolescência, fase da vida onde as mulheres ainda não se comprometeram seriamente com as hordas de babacas sortudos.

Nada contra a felicidade das carentes, mas entendo que um relacionamento saudável deve ter uma reciprocidade de atração, senão nada feito. Não vou obrigar ninguém a gostar de mim, mas não me obriguem a gostar de alguém. Muitos relacionamentos se arrastam no fracasso pelo medo de muitos homens em dizer "não" para as mulheres que eles não querem.

Carentes são menos exigentes

As mulheres carentes costumam ser menos exigentes. Por não terem tido uma vida afetiva bastante experiente, elas não tiveram grandes decepções com os homens, exceto pelo fato de terem sido  rejeitadas pelos homens desejados. Mas não passaram por situações de traição ou de frustrações com o machismo como as mulheres de vida afetiva mais ativa tiveram.

Além disso, por estarem quase sempre sozinhas, dispensam vários níveis de exigência para tentar aumentar as chances de pelo menos estarem acompanhadas, senão com um irritante "príncipe encantado", pelo menos com um sapinho simpático.

As mulheres mais atraentes também não são felizes, mas o tipo de frustração dessas é bastante diferente. Ao encerrar os seus relacionamentos, costumam não associar as decepções com aspectos de proteção/sustento (atributos que nenhuma mulher atraente deseja abrir mão) e inicia um novo relacionamento geralmente com um homem igualzinho ao anterior, salvo em poucos aspectos de personalidade.

Carentes, apesar de fúteis culturalmente, sabem escolher homens melhor que as atraentes

Do contrário das atraentes, que vivem arrastando relacionamentos fracassados em troca de sexo, proteção e dinheiro, as carentes sabem escolher homens. Estas costumam abrir mão do estereótipo protetor/provedor e muitas vezes acabam valorizando características reais de seus pretendentes, aquelas que são mais úteis para o sucesso de um relacionamento.

Mas infelizmente, na contramão, acabam não desenvolvendo muito a parte cultural de suas personalidades, já que , segundo pesquisas recentes, as mulheres carentes costumam ser mais acomodadas em matéria de gostos e convicções, costumam ser mais emotivas do que racionais e no lazer, decepcionam com referências culturais mais óbvias e fúteis, sendo rejeitadas por homens que sonham em usar a vida conjugal para se evoluir culturalmente.

Isso explica porque as mulheres que tem referenciais culturais mais cafonas estão encalhando mais, visto que as mulheres com referenciais sólidos são cada vez mais desejadas, independente de serem bonitas ou não. Hoje uma feia inteligente é mais desejada que uma linda burra. Em outro texto, vou tentar entender isto, visto que aparentemente, os homens ainda não valorizam na prática as qualidades intelectuais e culturais de suas mulheres, embora prefiram mulheres com referenciais culturais mais avançados.

Como fazer que as atraentes se interessem por um homem "não atraente"?

Boa pergunta. Mas ela ainda está sem resposta. O processo de conquista está cada vez mais difícil e seletivo (dentro da perspectiva pelos aspectos protetor/provedor). 

As mulheres de hoje preferem arrumar seus pretendentes dentro de grupos fechados, como era nos tempos tribais onde os casamentos só aconteciam dentro de clãs. Um retrocesso.

Homens e mulheres que não possuem grupos sociais fechados e fixos, tem que recorrer a boates ou a sites e comunidades de relacionamento. Mas mesmo assim, só encontram frustração. Em boates, por ser um ambiente típico de quem não quer relacionamentos sérios. Em sites por não encontrar realmente aquilo que se deseja. O que se deseja normalmente já foi pego por outra pessoa (que curiosamente poderia ficar com qualquer outra).

Tenho que concluir que num mundo injusto, nem a vida afetiva poderia ser justa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Quem é o sapo? Quem é o príncipe?

Por Marcelo Pereira Uma bela garota culta e de bom gosto vai a uma festa e encontra um homem branco, alto, atlético como os jogadores de vôlei, e com voz grossa e jeito extrovertido. - Nossa, que homem maravilhoso!!! Um verdadeiro príncipe. Quero me casar com ele! -  diz a bela garota. Os dois finalmente se casam numa linda festa. Chega a noite de núpcias e no dia seguinte, quando a garota acorda, próximo ao meio dia, nota sua cama vazia. Ao chegar na sala, depara com um um medonho sapo gigante e gordo, o mais feio de todos e muito gosmento, sentado no sofá com uma lata de cerveja vazia assistindo a um jogo de futebol na televisão e gritando, entre arrotos: - Mulé (blurp!)! Traga outra cerva (blurp!)! E rápido, sua vaca!!!   (blurp!) Enquanto isso, longe dali, um simpático sapinho, com uma bela coroa de ouro na cabeça chora em cima de uma  vitória-régia  de um brejo cercado por várias sapas gosmentas que coaxam sucessos do popularesco, irritando os ouvidos do pobre coitado. E todos viv

Bola Quadrada

Mais chato do que um jogo de futebol, onde sou obrigado a aguentar um monte de desocupados correndo pra lá e pra cá com uma bolinha e em alguns momentos ouvir muita gente berrando feito alce no cio, s o mente os programas de debate esportivo. Neste tipo de programa, personalidades igualmente desocupadas e sem ter assunto para falar ficam tentando descobrir o sexo da bola, em conversas pseudo-intelectualizadas na tentativa vã de encontrar algo que justificasse a importância do futebol para o brasileiro. Chatoooo... Aí imaginei um programa de debate esportivo onde todos os participantes, sem exceção, detestam futebol. Obrigados pela emissora a apresentar um "programa de índio" como esse, claro que não iam seguir o roteiro e romperiam com qualquer tipo de zona de conforto para ter que fugir daquilo que eles mais detestam e por isso mesmo, não entendem. Com vocês, o Bola Quadrada, o primeiro programa de debates sobre futebol, entre caras que detestam futebol. " Apresentador

Respeito às diferenças

Por Marcelo Pereira Dois amigos conversam. - Olá amigo! - Olá! - Que bom dois amigos se darem bem nos dias de hoje, sabe como é. A maioria se odeia, vive brigando por qualquer motivo. - É verdade, por uma divergenciazinha, já querem até se matar. - Mas eu fico feliz com a nossa amizade. - Eu também. Respeitamos as nossas diferenças e por isso nos damos bem. - Não somos obrigados a concordar com tudo. - Claro e para comemorar a nossa amizade respeitosa, vou convidar você para assistir ao jogo de meu time de futebol no final de semana. - Pena, mas não vou. - Não vai porque não pode? Tem algum compromisso? - Não amigo. É que eu... humm... eu não sou muito ligado em futebol. - Como é que é? Você não gosta de futebol. - É... eu não curto futebol. - Você deve estar brincando. Brasileiros gostam de futebol. Você  não é brasileiro? - Sou, mas prefiro outras coisas. Outros esportes. Tênis, surfe... - Não é possível. Um brasileiro não gostar de futebol... - Mas eu não sou obrigado a gostar de fu