Por Marcelo Pereira
Ano de Copa é sempre assim. Como um Carnaval que dura 6 meses e ocorrido em qualquer vizinhança, o mais famoso evento esportivo do mundo altera a rotina dos brasileiros, empurrando assuntos mais sérios para depois de Agosto. Por isso mesmo, anos de copa costumam ser bastante peculiares.
Ano de Copa é sempre assim. Como um Carnaval que dura 6 meses e ocorrido em qualquer vizinhança, o mais famoso evento esportivo do mundo altera a rotina dos brasileiros, empurrando assuntos mais sérios para depois de Agosto. Por isso mesmo, anos de copa costumam ser bastante peculiares.
Estamos ainda longe de aceitarmos o futebol como mera forma de lazer e não como o "dever cívico" como estamos acostumados. Mas a internet, único meio de comunicação realmente democrático, está servindo de palanque para os que não concordam com esta cilada do futebol-pátria.
Mesmo que o verdadeiro motivo seja o ódio ao governo petista (que organiza esta copa), isso serve de oportunidade para que o ridículo fanatismo que coloca o futebol como símbolo máximo de nossa sociedade, como um gigantesco bezerro de ouro a ser idolatrado, seja colocado em seu devido lugar, como uma forma supérflua de lazer.
Mesmo que este ano não seja só de futebol (e nenhum ano é só futebol, na verdade), este será o principal assunto para os primeiros meses. Como é uma galinha de ovos de ouro bastante tentadora, os publicitários vão se esforçar aos níveis do ridículo para tentar manter o mito do futebol-pátria. É essa tentativa que irá alterar a rotina dos brasileiros até o final do evento.
Educados desde crianças a confundir futebol com patriotismo e a "amar o país" apenas em épocas de copa, os brasileiros, em sua ainda grande maioria (que se reduz a cada ano, por perceber como isso é ridículo) ainda priorizará qualquer coisa ligada a copa, por acreditar - mesmo com a tradicional prova ao contrário - que a vitória em uma copa trará a dignidade, mesmo fictícia, a sociedade brasileira.
Será um ano onde os burros serão ouvidos e os sábios serão calados. Nos seis primeiros meses teremos que aguentar a priorização da copa, defendida por mídia, autoridades e publicitários que, de acordo com, o que disse Pelé, o homem-instituição do futebol brasileiro, farão todos esquecer tudo, inclusive a nossa sobrevivência, para ver 11 inúteis a chutar uma bolinha em uma rede. Como se isso pudesse melhorar a situação do mais miserável mendigo em nosso país.
Que venha 2018. Que venha a copa. E que aprendamos com a sua inutilidade.
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