Por Marcelo Pereira
Vida. Bom, esta é a vida. Cá estou eu diante de um bolo bem delicioso em cima de uma pequena mesa, completando mais um ano de vida. ninguém aqui além de mim. Só eu, o bolo e as minhas lembranças. E mais nada.
Eu aqui diante deste bolo pensando como cheguei até aqui. Fico pensando porque quando eu nasci, a primeira coisa que eu fiz foi chorar. Só agora na plenitude da vida adulta consegui entender o porquê. Chorei porque sabia o que me esperava.
Vida. Cá estou eu sentando olhando para este delicioso bolo. Ninguém aqui antes de mim. Só eu, um tolo a conversar com um bolo sobre a minha vida. Que vida eu tive? Que vida eu terei?
Valeu a pena chegar até aqui? Não sei como responder. Quanto mais eu pergunto, mais perguntas aparecem. Vida, afial o que é a vida? Nem vou tentar descobrir, com medo de ser soterrado por uma avalanche de perguntas irrespondíveis.
Mais um ano se completa. Mas não estou feliz. Nem triste. Estou apreensivo. Cada aniversário se transforma na expectativa do que virá depois. O que acontecerá comigo? Será bom? Será ruim? Eu só sei que não sei. Me mantenho apreensivo.
Vida. Eu aqui, este bolo delicioso, minhas lembranças e mais ninguém. Não terei festa. Festa? Para comemorar o quê? A vida? Sei não. Não vejo motivos para comemorar. Aliás, incertezas não são feitas para serem comemoradas.
A única certeza sou eu e este bolo. Hoje completo mais um ano. Nenhuma festa, nenhum convidado. Somente eu e o bolo em cima da mesa.
Tenho que parar de pensar e devorar este bolo. É a única coisa que posso fazer neste exato instante.
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